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ADEUS A ARTISTA MINEIRO

CANTOR LÔ BORGE MORRE EM HOSPITAL DE BELO HORIZONTE

O corpo do cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos fundadores do lendário Clube da Esquina, já está o IML de Belo Horizonte. Lô morreu teve a morte confirmada agora há pouco pelo Hospital da Unimed da capital mineira, que afirmou que o artista faleceu no final da noite desse domingo. O artista, de 73 anos, estava internado há 18 dias, desde que deu entrada na unidade de saúde comum quadro de intoxicação medicamentosa, que poderia ter sido acidental. Lô Borges fez parte do movimento musical de vanguarda que surgiu em Belo Horizonte no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 e que conta com nomes como o de Milton Nascimento, Fernando Brant (1946-2015), Beto Guedes, Toninho Horta e Wagner Tiso – Lô, que estava internado o dia 17 de outubro, deixa o filho Luca Arroyo Borges, de 27 anos.

 

ESTADO DE SAÚDE DELICADO

O artista mineiro chegou a ser entubado e posteriormente se submeteu a uma traqueostomia (procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para permitir a passagem de ar para os pulmões, geralmente com a inserção de uma cânula). O quadro se agravou e Lô Borges acabou não resistindo. Lô deixa o filho Luca Arroyo Borges, de 27 anos.

Lô Borges lançou dois discos fundamentais da música brasileira, sendo um deles “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento. Divulgação/ Redes sociais

 

CARREIRA E TRAJETÓRIA

Nascido em 10 de janeiro de 1952, Salomão Borges Filho era de uma família extremamente musical e o sexto dos 11 filhos do casal Maricota e Salomão. Irmão dos também músicos Márcio Borges - outro fundador do Clube da Esquina -  Marilton Borges e Telo Borges, Lô foi uma das figuras centrais na construção da sonoridade mineira, sendo compositor de clássicos como “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Tudo Que Você Podia Ser”, “O Trem Azul”, “Clube da Esquina nº 2”, “Para Lennon e McCartney”, “Feira Moderna”,  “Vento de Maio”, “A Via Láctea”,  “Paisagem da Janela”, “Equatorial”, “Sonho Real”, entre outras. Lô é o segundo integrante do “Clube” a falecer. O primeiro foi Fernando Brant que morreu aos 68 anos em junho de 2015 vítima de complicações de um transplante de fígado.

Em 1972, com apenas 20 anos, Lô Borges lançou dois discos fundamentais da música brasileira, sendo um deles “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento, considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos tanto pela crítica nacional quanto pela internacional. O primeiro trabalho solo ficou conhecido como o “disco do tênis”, por conta de sua capa que trazia um par de tênis registrado por Cafi, também fotógrafo da icônica capa do álbum duplo “Clube da Esquina”, que traz dois meninos de Nova Friburgo (RJ), Cacau e Tonho, representando Lô e Bituca.

Ao longo da carreira, Lô Borges foi gravado por grandes nomes da MPB como o próprio Milton (grande amigo e parceiro), Elis Regina, Tom Jobim (que fez uma versão em inglês de “O Trem Azul”, parceria de Lô com Ronaldo Bastos), Samuel Rosa, Beto Guedes, Lobão, Nando Reis e Caetano Veloso (com quem compôs a canção “Sem Não”).

Em junho deste ano, para o deleite dos fãs, Lô fez uma apresentação surpresa e gratuita na famosa esquina onde nasceu o “Clube da Esquina”, no entroncamento das ruas Paraisópolis com Divinópolis, no bairro Santa Tereza, onde fica a casa da família Borges.

O músico mineiro estava com uma agenda bastante ativa com shows e lançamentos de discos. Desde 2019, o cantor e compositor lançava um disco autoral por ano. O último, 'Céu de giz',com melodias dele e letras de Zeca Baleiro, foi lançado em agosto deste ano.

Em dezembro de 2022, quando completou 50 anos de carreira, Lô Borges viveu um dos momentos mais especiais de sua trajetória artística. Ele subiu ao palco da Sala Minas Gerais, em BH, ao lado da Orquestra Filarmônica e do quinteto de contrabaixistas acústicos do DoContra que executaram uma parte do repertório de Lô com arranjos criados pelo músico Neto Bellotto, do DoContra, sob supervisão do próprio homenageado e do maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica.

Aliás, foi a primeira vez que a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais executou um programa voltado inteiramente para o repertório de um artista "popular". O projeto “50 Anos de Música” se transformou em um álbum que está disponível em áudio e vídeo nas plataformas digitais e foi lançado pela gravadora Deck.

 

Por Jardel Gama

 

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