SERVIDORES DA SAÚDE DE BELO HORIZONTE PROMETEM CRUZAR OS BRAÇOS NESTA QUINTA-FEIRA (11)
Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da rede municipal de Belo Horizonte prometem paralisar as atividades por 12 horas, nesta quinta-feira (10). Os servidores protestam contra demissões e por falta de insumos e de segurança nas unidades de atendimento. Os profissionais questionam a proposta apresentada pela Prefeitura da Capital, de substituir agentes da Guarda Municipal por líderes comunitários na segurança dos postos de saúde. Um ato de protesto está programado para acontecer em frente à sede da Prefeitura de Belo Horizonte no mesmo dia da paralisação.
O ato foi convocado pelo Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) e os sindicatos dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel).
De acordo com o coordenador administrativo do Sindibel, Israel Arimar, nos últimos meses a Secretaria Municipal de Saúde demitiu quase 700 servidores. Entre eles, técnicos de enfermagem, agentes de combate às endemias (ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS). "Se a gente considerar que os funcionários tem enfrentado problemas com a violência por causa da demora do atendimento, demitir essa quantidade de servidores piora a situação. Com menos pessoas trabalhando, o tempo de espera tende a ser muito maior. Isso, sem a presença da guarda municipal ou qualquer outro profissional de segurança, aumenta ainda mais a insegurança", disse.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apresentados pela reportagem de O TEMPO, apontam que foram cerca de 1.518 ocorrências de violência entre janeiro e junho de 2025 nas unidades de saúde da capital — uma média de oito casos por dia, ou 253 por mês. "Tudo isso é muito grave. É impossível você trabalhar sem ter a garantia de segurança", disse um médico da rede municipal, que preferiu não se identificar. Para ele, a segurança nas unidades de atendimento deveria ser uma das prioridades da prefeitura. ". "São quase 300 pessoas por dia. E, infelizmente, estes locais onde ocorrem muitos conflitos, porque as pessoas estão sofrendo, há uma dificuldade de entendimento e isso é natural. Ter a guarda é uma forma de prevenção", acrescentou.
Prefeitura de Belo Horizonte diiz que respeita o direito à manifestação e ressalta que o município mantém diálogo constante com os sindicatos e com o Conselho Municipal de Saúde. Divulgação/ Banco de Imagens
RESPOSTA DA PREFEITURA
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) disse que "respeita o direito à manifestação e ressalta que o município mantém diálogo constante com os sindicatos e com o Conselho Municipal de Saúde". Em relação a demissão dos trabalhadores, a PBH afirmou que a ação ocorreu após "rigoroso estudo e discussão com a categoria e representantes dos sindicatos".
A prefeitura disse ainda que as unidades de saúde da capital estão abastecidas com insumos, mas destacou que "falta pontuais" podem ocorrer. Em relação a continuidade dos agentes da Guarda Municipal nos centros de atendimento, justificou que "realiza, desde o início do ano, estudos para otimizar o trabalho dos guardas municipais e garantir a segurança na cidade". O levantamento, no entanto, ainda não foi finalizado.
VEJA A NOTA COMPLETA
DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
"A Prefeitura de Belo Horizonte respeita o direito à manifestação e ressalta que o município mantém diálogo constante com os sindicatos e com o Conselho Municipal de Saúde.
Em relação ao redimensionamento de trabalhadores da área administrativa e de estagiários da rede SUS-BH, a ação foi definida somente após um rigoroso estudo e discussão com a categoria e representantes dos sindicatos.
Sobre uma suposta falta de insumos, as unidades de saúde da capital estão abastecidas. Podem ocorrer faltas pontuais, mas é feita a imediata reposição dos materiais. A SMSA também atua continuamente no fortalecimento das equipes, tanto que já nomeou 3.834 profissionais aprovados no concurso do Edital 01/2020.
Em relação às estruturas, até o momento, 56 centros de saúde foram totalmente reconstruídos por meio de Parceria Público-Privada (PPP) e entregues à população, ampliando o conforto de usuários e melhorando as condições de trabalho dos servidores. Foram realizadas ainda reformas e manutenções em unidades que, no momento, não fazem parte do contrato de reconstrução via PPP.
A PBH esclarece ainda que realiza, desde o início do ano, estudos para otimizar o trabalho dos guardas municipais e garantir a segurança na cidade. O levantamento ainda não foi finalizado."
Por Jardel Gama
Com informações do Portal O Tempo
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