CAPITAL MINEIRA ATINGE 150 DIAS SEM CHUVAS NESTA SEGUNDA-FEIRA (16)
Belo Horizonte está há praticamente cinco meses sem chuva, sendo considerada a mais longa estiagem dos últimos cinco anos. Registrada nesse domingo, a marca de 150 dias sem gotas d'água é desde abril. Segundo o Inmet, pode chover isoladamente na Capita, na noite de amanhã. Caso a precipitação não se confirme, Belo Horizonte pode bater recorde histórico de 198 dias sem chuvas, registrado na década de 1960. Até este ano, o maior período sem chuvas registrado em Belo Horizonte havia ocorrido entre junho e setembro de 2019, quando a cidade ficou 113 dias sem precipitações.
MÊS TÍPICO DE CHUVA
Setembro é marcado normalmente pelo início das pancadas de chuva, com média histórica de 49,2 mm acumulados na capital mineira. No entanto, contrariando o histórico, não existe previsão de precipitação para o mês neste ano. A chuva só deve retornar de forma significativa a Minas Gerais a partir da segunda quinzena de outubro, quando a massa de ar quente que atua na atmosfera perderá força.
Segundo meteorologistas, uma anomalia acontece no padrão de chuvas deste ano, com uma seca mais intensa e prolongada do que o habitual. Diferentemente dos anos anteriores, este ano, não houve chuva em maio e agosto, meses que geralmente registram precipitações isoladas. Em junho e julho, a probabilidade de chuva já é historicamente muito baixa.
EXPLICAÇÃO
A ausência de chuva foi intensificada desde 2023 pela atuação do El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico e provoca alterações nos padrões globais de precipitação e temperatura. O El Niño deu seu último “suspiro” em junho deste ano, após um ano de influência nas águas do Pacífico, mas, segundo o meteorologista Ruibran, ainda continua tendo influências no clima.
Segundo especialistas, de meados de junho para cá ocorre uma situação neutra, mas ainda estamos com efeito um pouco retardado do El Niño. A massa de ar quente continua atuando. E esse ar quente dificulta a formação de nuvens que possam causar chuva e também causa o bloqueio da chegada de frentes frias, refletindo as altas temperaturas vistas no outono e inverno.
Por Jardel Gama