“Nomofobia”: o medo ou a sensação de angústia ocasionada pela dependência de telas, seja celulares, computadores, tablets ou outros eletrônicos. Quem tem, sofre ao ficar poucos minutos longe dos aparelhos. Nesta sexta-feira (12), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tornou lei uma iniciativa para enfrentar esse tipo de vício. Trata-se da Campanha de Conscientização e de Prevenção à Nomofobia na capital. 

Conforme a norma, publicada no Diário Oficial do Município (DOM), o programa deve percorrer as redes de ensino e saúde da capital. O Executivo cravou como objetivos da campanha aumentar a conscientização pública sobre a patologia, informar os perigos da dependência excessiva de telas e educar sobre o uso saudável dos dispositivos eletrônicos. 

No campo da saúde, a campanha contra a nomofobia também deve, segundo a lei, incluir tratamentos e apoiar o indivíduo que sofre do vício de telas. Por último, o Executivo se propôs a incentivar “estudos, pesquisas e estatísticas para a obtenção de dados mais precisos sobre as causas e os impactos da nomofobia e sua prevalência sobre a população”. 

A lei não divulgou, até o momento, as ações concretas da iniciativa, o investimento envolvido ou o calendário de atividades. Conforme o publicado, a norma entrou em vigor nessa quinta-feira (11). 

Depressão e uso de telas levam milhares de crianças e adolescentes para hospitais

Cada vez mais presente nos lares brasileiros, as telas têm afetado a saúde mental de crianças e adolescentes. Um levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que 72% das pesquisas realizadas mundialmente já comprovam uma relação direta entre o consumo de celulares, computadores e televisores e a depressão nos mais jovens. Em Minas Gerais, somente em janeiro e fevereiro deste ano, 1.221 pessoas com até 18 anos precisaram de atendimentos ambulatoriais e hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em função de episódios depressivos, o equivalente a 20 por dia, de acordo com dados do Ministério da Saúde.