A Justiça autorizou a Prefeitura de Belo Horizonte a multar donos de lotes que não fizerem limpeza contra foco de Aedes Aegypti. A decisão vem depois de a 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal confirmar medida liminar que determinou que os proprietários de um lote abandonado, em que construção foi demolida e os entulhos serviam de foco para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, fizessem a limpeza do local sob pena de multa diária de 2 mil reais. Há também a obrigação do fechamento do espaço com muro ou outra estrutura que impeça que a área seja usada como bota-fora e que promovam o escoamento devido das águas pluviais. Os donos do lote têm o prazo máximo de 30 dias para fazer as intervenções.
Na Justiça
Proprietários de imóveis que descumprirem determinação da Prefeitura de Belo Horizonte para colocar fim a focos de dengue serão acionados judicialmente. A medida será adotada pela Procuradoria-Geral do Município a partir de vistorias realizadas pela Fiscalização Municipal e Vigilância Sanitária e quando for constatado o descaso com a conservação da propriedade para evitar proliferação do Aedes aegypti – vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Dados que preocupam
Somente neste ano foram contabilizados 5.803 casos confirmados de dengue em Belo Horizonte – dos quais três óbitos - e 14.987 pendentes de resultados de exames. Foram identificados ainda 3.086 casos de chikungunya e outros 1.408 ainda estão sendo investigados. Em 2023, 37 casos de Zika foram notificados na capital. Até o momento, nenhum foi confirmado. Outros 29 casos foram descartados e oito seguem pendentes de resultado.
Medidas do poder público
Entre as medidas adotadas pela PBH para o combate ao mosquito vetor da doença, estão mais de 4 milhões de visitas a imóveis da capital. Os agentes de Combate a Endemias verificam os focos do mosquito, aplicam biolarvicidas nos recipientes e repassam aos moradores orientações para eliminar objetos que possam acumular água.
A Secretaria Municipal de Saúde também mantém cerca de 1.800 ovitrampas, um timpo de armadilha que monitora a densidade de ovos de Aedes aegypti em toda a cidade, permitindo identificar os locais com maiores infestações, para a intensificação oportuna das ações de prevenção e controle, inclusive com uso de drones em locais de difícil acesso, das ações intersetoriais como os mutirões de limpeza, ações educativas etc.
Combate científico
Belo Horizonte é pioneira na produção e na liberação dos mosquitos que carregam a bactéria Wolbachia, reduzindo, assim, a capacidade de transmissão dos vírus para as pessoas e diminuindo o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya.