O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, nesta quinta-feira, 18 de maio, chama a atenção de pais e responsáveis. Além de várias autoridades, como as polícias, médicos e psicólogos, alertarem sobre os perigos dos contados dos filhos com estranhos e a internet, as famílias devem ficar atentas até dentro de casa. Especialistas asseguram que o diálogo é melhor forma de prevenir abuso sexual infantil e na adolescência. O disque 100 é o canal de denúncias em qualquer situação suspeita.
Alerta
A cada hora três crianças são abusadas no Brasil. Cinquenta e um por cento das vítimas têm de 1 a 5 anos de idade. Os dados são da Campanha Maio Laranja, que visa a conscientizar sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A violência, em geral, é cometida por alguém próximo da vítima e quase sempre dentro de casa.
O Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído em memória da menina Araceli Crespo, que tinha 8 anos quando foi sequestrada, violentada e assassinada no Espírito Santo. Em 2023, o crime completa 50 anos.
Anualmente, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil. Somente 7,5% dos casos são denunciados, o que indica que os números podem ser maiores. Para identificar quem está sofrendo os abusos, é preciso ficar atento aos sinais. Entre eles, estão mudanças de comportamento, comportamentos infantis repentinos, silêncio predominante, mudanças súbitas de hábitos, queda no rendimento escolar, traumatismos físicos e comportamentos sexuais.
Conselho Tutelar
Quando crianças são vítimas de qualquer tipo de abuso ou têm seus direitos violados, o Conselho Tutelar é acionado. Esse é o órgão público que fiscaliza e aplica as medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Conselheiros e conselheiras estão sempre em contato com as escolas, com os pais e com toda a comunidade para ajudar a identificar casos de violência e garantir a segurança das vítimas.
Diálogo
Especialistas ressaltam a importância do diálogo com o menor de idade como mecanismo de prevenção do abuso. Não só os familiares, mas também as escolas, onde as crianças passam tanto tempo, é preciso ser falado, por exemplo, sobre o corpo da criança e do adolescente, as questões do cuidado, quem pode tocar, quem não pode. Tem várias formas de abordar o tem, dependendo da faixa etária da criança.
A autopreservação das crianças e adolescentes é uma questão a ser trabalhada, para eles entenderem que o corpo é deles e ninguém pode tocar sem que autorizem. Também deve ser lembrado que alguns contatos são perigosos e que ninguém pode fazer essa abordagem, nem mesmo os pais. Os especialistas abordam o tema educação sexual como prevenção, que deve começar assim que a criança nasce.